Minifúndio Gaúcho ajuda técnica como alternativa?

Minifúndio Gaúcho ajuda técnica como alternativa?
Autor: Berlindes Astrid Kucheman
Formato: Brochura
Disponibilidade: Em Estoque
ISBN:
Preço: R$ 32,00
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Entre os anos de 1824 e 1914, algumas dezenas de milhares de alemães, italianos, poloneses, russos, suíços, franceses, e até judeus entraram no RS, como agricultores. Foram ao todo mais de 200 mil. Tangidos pela penúria, e fugindo da proletarização com que lhes acenavam as modificações, sócio- econômicas da Europa, somavam-se 400 milhões de pessoas que entre 1815 a 1914 deixaram o Velho Mundo, à procura de um futuro mais promissor. Em solo gaúcho receberam os colonos as terras devolutas da parte norte do Estado. Longe das grandes plantações exportadoras de café e de cana de açúcar; longe igualmente dos latifúndios pecuaristas da campanha permitiu-se o poder público uma experiência diferente, baseada na pequena propriedade, à qual seguiam-se ao natural a policultura e o trabalho livre familiar.

E o sucesso apareceu como encanto: São Leopoldo, 5 anos após a chegada dos pioneiros, já colocava seus produtos na capital da Província: Caxias do Sul, em 1887, vendia para fora da região colonial, perto de 120 contos de réis de produtos agrícolas, e o RS em fins do século XIX, orgulhava-se de ser o celeiro do Brasil. Em poucas décadas, as terras devolutas estavam ocupadas e as estruturas dominantes começaram a estrangular a colônia, para a qual sobravam duas alternativas: a procura de terras novas, e a posterior reprodução do sistema em outros Estados, ou a subdivisão da propriedade até o nível de minifúndio. O presente trabalho insere-se neste quadro histórico e sem arroubos, mas metodicamente, desmistifica toda a ajuda provinda do exterior e que se apoie no princípio de que as mudanças individuais de comportamento são o ponto de partida para a superação da crise em que se debate o mundo agrário nacional.

O grande problema da agricultura brasileira não se encontra nos indivíduos que trabalham a terra, mas no sistema fundiário imperante. Novas técnicas só poderão ser aplicadas e só terão sentido quando se reconhecer que, antes, é mister modificar os fatores determinantes da produção, isto é, as estruturas sobre as quais se fundamenta a agricultura nacional, e que são as mesmas sob as quais funcionou o país, quando colônia produtora de açúcar. Tese de doutorado da autora defendida em Küchemann na Alemanha, seu trabalho parece ser mais atual nos dias atuais do que quando foi defendido na Universidade de Bielefeld.

Ano: 1980

Edição: 1ª

Editoras: EST Edições e UCS

Idioma: Português

Páginas: 252

Papel: Ofício

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