A obra apresenta a tradução de um manuscrito de um participante suíço, Joseph Hecht que atribuiu o seguinte título: “Descrição da viagem marítima e dos demais destinos dos lavradores suíços que migraram para o Brasil, acompanhada de breve descrição do reino do Brasil, dos costumes dos habitantes, do tratamento dado aos negros e outras curiosidades, redigida por um lavrador suíço que, em 1823 retornou para a sua terra natal”. A colaboração e ajuda de rev. Wesley Emmerich Werner na tradução foi de grande valia.
A viagem da Suíça até a Holanda foi cheia de peripécias, não havia navios disponíveis nos portos, os emigrantes ficaram precariamente alojados nos pântanos, epidemias começaram a se espalhar, a superlotação nos navios, a infestação de insetos a bordo, as dezenas de mortos durante a travessia e a ganância dos agentes. E mais, aqui chegados ainda receberam terras impróprias para a agricultura. Hecht veio acompanhado de dois filhos, um dos quais faleceu e o outro não quis retornar. Quatro anos depois Hecht volta sozinho e descreve o que sentiu e viu.
O relato feito por Hecht é de especial riqueza, pois, demonstra que é um ótimo observador, descrevendo ricos detalhes, paisagem, história, pessoas, tradições, fauna e flora e os costumes do Brasil. O tratamento desumano dado aos escravos, que eram tratados quase como animais é o que mais impressiona. Quem deseja conhecer a região serrana e a cidade do Rio de Janeiro daquela época precisa necessariamente ler este relato. A obra também contém uma cronologia da Imigração no Brasil e uma breve genealogia do autor, que não fazem parte do texto original.
Ano: 2009
Edição: 1ª
Editora: Independente
Idioma: Português
Páginas: 152
Papel: Ofício