A fermentação de frutas e cereais é de conhecimento muitas vezes milenar. O pão, o vinho, a cerveja e outros fermentados foram parte fundamental da alimentação humana, fonte de energia que amparou o Homem desde os primórdios, na dura tarefa de enfrentar a fome, o frio e a escassez sazonal.
A beleza dos cachos atraiu e o sabor das uvas saciou sede e fome.
Decorrência natural dos cachos estocados, o vinho foi brotando do fundo dos plásticos vasilhames, de início lambido gulosamente e, aos poucos, precioso e desejado alimento. O vinho acompanhou o desenho da ocupação da Terra pelo Homem e, por onde andou esse nosso antepassado errante e rude, ficaram registros do fabrico de vinho.
Além de nutrir o corpo, o vinho transcendeu a matéria alimentando o espírito. Para além da visão comezinha do mundo, com sua crueza e suas agruras, o vinho trouxe ao homem primitivo a consciência das misteriosas regiões do espírito. Vislumbrou ele a grandeza que sua alma poderia alcançar, a bondade que a alegria do vinho traria a suas ações. A vida poderia ter outro sentido.
Compreendendo a dimensão sublime que sua vida poderia ter nossos ancestrais associaram o vinho aos ritos das mais variadas religiões. O Cristianismo adotou o vinho como símbolo sagrado do sangue do Messias. No antigo Testamento, assim como no Novo Testamento, são inúmeras as citações do vinho, conforme destacadas na presente obra de Floriano Molon.
O pensamento perquiridor de Floriano Molon já nos brindou com várias obras. Neste livro, uma face nova do vinho, abordada maciçamente, traz a instigante presença do vinho no Cristianismo. A Igreja Católica, diretamente marcada no livro, remete às tradições dos italianos, que trouxeram ao Rio Grande do Sul e ao Brasil, o Catolicismo e o vinho.
Ano: 2011
Edição: 1ª
Idioma: Português
Páginas: 112
Papel: Couchê colorido